10.2.06

"Hoje somos todos dinamarqueses"





Eu sei que existe todo um complexo socio-cultural, que estas situações não podem ser vistas a preto-e-branco, etc.
Mas não, não deve haver limites para a liberdade de expressão. Não deve haver limites para a liberdade, ponto. Não há limites para a estupidez e para o mau-gosto, é certo. E não há limites para o fanatismo, infelizmente.

Se uma parte se revela ‘tolerante’ e ‘moderada’ quer com isso dizer que se mostra civilizacionalmente superior face à parte ‘lesada’, ou, simplesmente, que se borra de medo, negando valores conquistados ao longo de séculos e à custa de tantas vítimas? É o típico prato ocidental: filet de arrogância, em molho de cobardia . Mas que raio há aqui a 'tolerar'?...

Se o meu chefe me ofende, devo rasgar-lhe a caródita em retaliação? Hum... é melhor não. Por razões funcionais, meramente: ele detém o poder, eu perdia o meu sustento e seria difícil escapar à choldra. Mas, se calhar... noutro espaço, com um bom séquito ou simples companheiros de ocasião, até se podia pôr o gajo num pneu. Seria questão de transmitir o entusiasmo necessário.
Do pensamento (e do que por ele possa passar) à acção vai um oceano que delimita a consciência humana da barbárie mais vil. Não há qualquer água a colocar no flambé islamofascista. Não se devia sequer invocar a santa liberdade de expressão em vão! E quanto a complexos, estes pirómanos já incineraram o socio-cultural e bem gostariam de arrasar tudo o que lhes desse na gana: fauna e flora, físico e metafísico, vivo ou morto.

Sirva-se aqui, não o filet, mas a arrogância ocidental inteira, animal e viva.

Que outra defesa senão esta: livre expressão!

(Leia-se o artigo de Jeff Jacoby no The Boston Globe)

Sem comentários:

Arquivo do blogue