20.3.07

Cozido à portuguesa


----Mensagem original-----
De: Alexandre
Enviada: segunda-feira, 19 de Março de 2007 18:00
Assunto: RE: ALLGARVE é que está a dar!

Toda esta história é deprimente... Só refiro duas questões de pormenor, para não falar de todo o processo que é assustador, tanto mais sabendo que somos um país de fracos recursos e que nem quando se trata de investir conseguimos
colocar as instituições nacionais em acordo.

A marca é apresentada numa feira de seu nome "Algarve convida". (Ando há
anos para fazer uma colecção das terras e dos respectivos materiais que
utilizam a expressão "Terriola convida". Gosto particularmente quando são
muito irreverentes e redigem sob a forma de "Terriola ComVida".)

E o slogan que vai acompanhar a campanha é «experiências que marcam»...
OUCH... Foi o melhor que se conseguiu? Único de facto... quase tão único
como o ComVida.

Dá para fazer uma contracampanha muito curiosa... Imaginem uma imagem de um
acidente de viação na EN 125... acompanhado por "Allgarve - Experiências que
marcam..." e por aí fora.

Acho que se pegassem nos três milhões de euros e oferecessem uns fins de
semanas a umas quantas famílias inglesas teriam maior retorno só pelo
processo "espalha palavra".


ARRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG


De: João
Enviada: terça-feira, 20 de Março de 2007 19:51
Assunto: RE: ALLGARVE é que está a dar!

A genialidade da campanha, a beleza do logótipo e a originalidade do slogan à parte (ATENÇÃO: proceder com precaução à incineração destes resíduos num forno regulado a 500 ºC, deixando repousar durante cerca de uma hora. Após arrefecimento, humedecer as cinzas com ácido nítrico concentrado, esmagando-as com uma vareta de aço. Evaporar e incinerar de novo), esta notícia merece-me outras reflexões. Em primeiro lugar, Mendes Bota é o porta-voz designado do desagrado e do desagravo. E quando Mendes Bota é a voz da razão, ficamos sem chão onde pisar e a mim ocorre-me engolir uma caixa inteira de Lorenin. Prefiro, portanto, acreditar que a designação "Allgarve" se propõe adaptar a grafia à fonética local, pronunciado a 1ª vogal como um [o] fechado - embora alternar o dito [o] com um [a] aberto não seja tarefa fácil, se quiserem tentar. Na verdade, soa a um grasnado raro, que nem os algarvios produzem. Proporia "Al Garve". Mais cinematográfico, mais cosmopolita. Deverá tê-los dissuadido o comprometimento implícito de: "Fui ao Garve. Ao Al Garve". "Ai fostes?". "I was in Al all summer long.". "Sorry, love?...". "I was in Garve, Al Garve, all summer long". "Oh, I see. I love it there. Splendid". "A terra de Zezé Camarinha - Al Garve: Experiências que marcam". Não desgosto desta catch phrase. Recentemente fui conduzido a Portimão, mais concretamente à Praia da Rocha, e os tendões do meu diafragma quase rebentaram de comoção. Tive uma crise de soluços que só passou quando me levaram dali para fora. Semelhante dose de "Allgarve" é capaz de arrasar qualquer visitante incauto. Portanto, evacuem a bifalhada para Portimão e Armação de Pêra, chamem àquilo Alldente, Allfabeta ou Allibabábabábali que é absolutamente indiferente, desde que tenha plasmas em todos os tascos com os jogos da Premier League, ementas em inglês macarrónico, danceterias, muitos howtypicals e litrongas de cerveja.
E instituam o Prémio Cozido à Portuguesa em Massapão, a atribuir a equipas criativas que contribuam para a rentabilização do espaço algarvio. Este já está dado.

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