14.2.10

As minhas aventuras nas PF – Parte 2: A piada disto tudo

E eu que durante tanto tempo retive este email. Por pudor. Porque bastou o que bastou e o assunto está morto e encerrado. Mas não, o assunto estava apenas dormente, à espera de ser revitalizado, qual sequela adormecida num baú de ideias requentadas. Se alguém se lembra disto (e tenho agora a confirmação de alguém não só se lembra, como cita), a experiência de pedir às Produções Fictícias um atestado de participação, vulgo certificado, vulgo coisa gatafunhada à pressa com discutível valor simbólico, revelou-se uma tarefa extremamente desagradável. A ponto de, em resposta a um famigerado email que, numa reclamação legítima, punha em causa a eficiência de alguns colaboradores da empresa, ter recebido a amorosa chamada de toda uma senhora a quem chamaremos "Belita", com não menos ternas palavras que começaram por um mavioso "o seu certificado está à sua espera e temos todo o prazer em entregar-lho pessoalmente", evoluiram rapidamente para chinelices de vária ordem e terminaram com esta lapidar socratinice: "pode ser que arranje trabalho como argumentista em Portugal". Nada disto ficou registado por escrito (para alguma coisa há-de ter servido o João Quadros, verdade?), mas tive o infortúnio de ser apanhado ao telefone pela sanha irreprimível de dita figura. E disso não me esqueci. Estou-me nas tintas. Mas não me esqueci. E é relembrando esse triste momento, precisamente no dia em que dois obstinados companheiros alcançaram o feito de sair das PF com um certificado nas mãos, passando pela Belinha porteira com a dignidade intacta, que "digo na Internet" o que pensei dessa atitude. E porquê? Porque pelos vistos alguém lê. E se incomoda. Good.

Escultura de Frank Plant

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