12.3.10

"I Am a Town"



My porches sag and lean with old black men and children

Their sleep is filled with dreams, I never can fulfill them
I am a town.

I am a church beside the highway where the ditches never drain
I'm a Baptist like my daddy, and Jesus knows my name
I am memory and stillness, I am lonely in old age

I am not your destination
I am clinging to my ways
I am a town.



No outro dia ouvi esta música da Mary Chapin Carpenter, que é um daqueles nomes de referência da música country, um género que não aprecio. Comprei o disco há muitos anos por causa de uma canção em particular e porque as letras são muito boas. Não lhe redescobri grande interesse musical, mas a qualidade da escrita continua a impressionar-me, em particular a de "I Am a Town", uma ode descarnada à américa sulista, rural e isolada, no que ela poderá ter de poético, não na acepção tipicamente "redneckiana". Também há filmes que retratam muito bem um misto de miséria espiritual e redenção que parece emanar destas paisagens, dois deles realizados por Peter Bogdanovich, The Last Picture Show e Texasville. Em ambos participa Jeff Bridges, cujo talento foi recentemente (e finalmente) consagrado pelos inefáveis Oscars. Na verdade, o segundo é uma espécie de sequela do primeiro, e claramente inferior visto isoladamente, mas ainda assim um documento interessante e uma das grandes interpretações esquecidas de Bridges. As outras, a meu ver, e dignas de incluir numa filmografia seleccionada são: "Tucker - Um Homem e o Seu Sonho" (Tucker - The Man and His Dream), de Francis Ford Coppola; "Coração Americano" (American Heart), de Martin Bell; "Sem Medo de Viver" (Fearless), de Peter Weir; "Escola de Homens" (White Squall), de Ridley Scott; "A Porta no Chão" (The Door in the Floor), de Tod Williams. E Jeff Bridges é não só um tremendo actor como também um celebrado fotógrafo. A imagem escolhida é um instantâneo tirado pelo próprio durante a rodagem de Texasville.

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