25.6.12

Os ovos do Chagas

 

 Banner do Chagas na mais apropriada das páginas web




Por falar em charlatães, megalómanos e ególatras, "o Mourinho da escrita", a criatura que revolucionou a técnica redactorial no seu galinheiro e está convencido de que pôr ovos é o mesmo que produzir sintagmas, continua a violentar a rede com os seus banners importunos. Da subtil "Fábrica de Inteligência", em cuja introdução nos brinda com uma analogia do processo digestivo, à apresentação dos "Raios X", rubrica que nos deixa antever uma série de coisas excepto o fim a que se destina, passando pelo "Atelier de Joalharia de Escrita", momento de porfiosa prosa (que refere um "curso gourmet", de onde "saem textos que poderiam ser expostos num museu", objectivo eminente de toda a criação textual, diria eu; lamento, no entanto, que não refira o conteúdo em fibra da dita formação, de modo a que os textos saiam mais facilmente e com boa cor), Chagas continua a marcar pontos na vulgarização azeiteira do processo de escrita. Os seus créditos lancinantes podem ser consultados aqui, mas aproveito para lhe traçar um rápido perfil através de títulos como Já alguma Vez Usaste o Sexo sem Necessitares de Usar o Corpo, A Guerra da Secessão: 1981 - 1985, "uma obra de cariz histórico sobre a Guerra Cívil [sic] Americana", e Os Dias na Noite, "aquela que foi a sua última obra publicada nos formatos tradicionais, com apresentações a cargo do jornalista Carlos Castro e do vocalista dos Mão Morta, Adolfo Luxúria Canibal", e, consta, com a participação especial de Topo Gigio, dois unicórnios, Fernando Rosas e ainda um showcase de Elvis (Presley) a rematar. Entre as intermináveis "obras" editadas (?), contam-se a trilogia dos "Espasmos", que aguarda um terceiro tomo, assim que o autor se recompuser do segundo; uma homenagem ao pleonasmo, intitulada Chãos Pisados; obras de carácter profético, como Só os Feios é Que São Fiéis [sic], ou Porque Ris Sabendo que Vais Morrer [sic]; e coisas cuja simples menção leva a tripa a produzir involuntariamente uma arroba de palavras, como é o caso de Envelhenescer, livro já condenado pela Associação de Foneticistas Portugueses. Noto ainda que, só em 2010, brotaram nada menos que dez (10) títulos do parlapiê do Chagas. Ou, se preferirmos, dez ovos estrelados na frigideira da língua portuguesa.

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